quarta-feira, 1 de abril de 2009
Álbuns - "Ten" (Pearl Jam)
Outra faixa que merece igualmente o nosso destaque é "Jeremy". Esta música baseia-se na história verídica de um rapaz de 16 anos chamado Jeremy Dell, que cometeu o suicídio perante o olhar da sua turma na sala de aula, numa escola em Richardson, no Texas. A banda perante os resultados obtidos na construção do videoclip fica satisfeita. E porquê? Porque insiste na violência. Fiquem já de seguida e sem perder mais tempo, com este fantástico videoclip que infelizmente poucos conhecem.
Para terminar, e porque não nos podemos alongar mais nestas linhas, vejamos o que nos diz Lia Pereira acerca da reedição de Ten na BLITZ deste mês. Boas audições e leituras!
Março de 1992. Na carreira dos Pearl Jam, este é um daqueles momentos em ponto-rebuçado que, agora que a banda começa a olhar para o passado, reeditando a sua discografia, emociona rever. No único MTV Unplugged que gravariam, o grupo e Eddie Vedder - sentado timidamente num banco, mãos juntas à frente e boné para trás, num visual naïf rematado por sorriso quase infantil - estabelece ligação directa com uma geração. A começar, com a dos surfistas, pela mão da até agora inédita rendição de "Oceans": "uma canção de amor que escrevi sobre a minha prancha", apresenta Eddie Vedder com o tal sorriso, antes de se atirar a "State of Love and Trust", uma das primeiras amostras do rock sério, emotivo mas ainda assim raivoso que os Pearl Jam cunhariam. Segue-se, e os milhares que gravaram em VHS este concerto sabem a sequência de cor, a emblemática "Alive", a provar que, ao primeiro álbum, as canções memoráveis saíam em cacho aos Pearl Jam e que o seu ADN - menos linfático que o dos comparsas Nirvana, aspirando à mesma eternidade de Bruce Springsteen ou Neil Young - ficava assim gravado na pedra. Breve, carismático e simbólico, o concerto dos Pearl Jam na MTV funciona como viagem ao passado para a geração que marcou, e como derradeira apresentação de uma banda que combinava o rock de punho fechado que dominaria a década de 90 com um coração aberto. Na pessoa e na voz - incrível, intuitiva - de Eddie Vedder, os Pearl Jam pareciam transportar um sentido de virtude e autenticidade, como se por Vedder passasse a verdade do mundo mas, ao contrário de Kurt Cobain, ele chegasse muito bem para ela. A edição em DVD deste concerto é, porventura, o ponto alto da reedição comemorativa de Ten, onde se incluem versões com concertos em vinil, cadernos de apontamentos de Eddie Vedder e do baixista Jeff Ament, uma mão cheia de raridades e uma nova remistura do álbum, pela mão do produtor Brendan O'Brien. Um pouco mais crua e rente às referências setentistas dos Pearl Jam, esta nova leitura não é necessária para que se reconheça a Ten, uma das melhores estreias dos últimos 20 anos, o estatuto de álbum clássico.
Fonte: BLITZ nº34 (Texto de Lia Pereira)
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